terça-feira, 1 de outubro de 2013

Protesto pela reabertura da Escola Livre de Teatro de Santo André termina com artistas agredidos.

Por Miguel Arcanjo Prado
Um protesto de mestres e aprendizes da Escola Livre de Teatro (ELT) marcou a cidade de Santo André, no ABC paulista, neste domingo (29).
Os professores e alunos da tradicional instituição de ensino teatral protestaram contra o fechamento arbitrário da escola na última sexta (27).
Os manifestantes seguiram até o Paço Municipal, com o objetivo de falar com o prefeito Carlos Grana (PT) e o secretário de Cultura do município, Raimundo Salles.
Contudo, a manifestação terminou em confusão em frente ao Paço Municipal, onde havia o evento de abertura da Caminhada da Primavera de Cultura de Paz.
Apesar do nome do evento, mestres e aprendizes da ELT foram agredidos por seguranças. Além de muitos palavrões preferidos contra os artistas, também houve socos e empurrões, apurou o R7.
O site da Prefeitura de Santo André cobriu a "caminhada de cultura e paz", mas omitiu a manifestação dos alunos da ELT, bem como a confusão. Procurada pelo R7, a Prefeitura de Santo André não se manifestou até o momento.
A reportagem apurou que o prefeito Carlos Grana deve receber representantes da ELT nesta terça (1º).
"É inacreditável o que está acontecendo com a ELT", diz ator Celso Frateschi
O fechamento da Escola Livre de Teatro segue repercutindo na classe artística. O presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, Rudifran Pompeu, divulgou carta aberta ao prefeito de Santo André, Carlos Grana. Nela, afirma que “querem acabar com a ELT porque ela é uma escola singular nas artes cênicas e que não tem objetivo de formar celebridades”.
O ator Celso Frateschi, que dirige o Teatro da USP, o Tusp, e também atua na minissérie José do Egito (Record), na qual interprete Jacó, também demonstrou sua indignação com o que vem acontecendo. “É inacreditável o que está acontecendo com a ELT”, declarou o ator, que sempre foi ligado ao PT. Ainda de acordo com Frateschi, a “ELT é hoje referência nacional em ensino de teatro”.
— Todos sabem que sou petista, mas não consigo mais não expressar meu espanto e desacordo com atos como esse absurdo que estão fazendo em Santo André com a Escola Livre de Teatro.
Tiche Vianna, do Barracão Teatro de Campinas e vice-presidente da Cooperativa Paulista de Teatro, também se manifestou em carta aberta. “Peço que esta Secretaria de Cultura, com total respaldo da Prefeitura, reveja sua atitude e reinstaure a dignidade do ensino da arte teatral, assegurando, definitivamente, a permanência do projeto pedagógico da Escola Livre de Teatro em Santo André”.
Kil Abreu, crítico e curador de teatro do Centro Cultural São Paulo, e que trabalhou por quase dez anos na Escola Livre de Santo André, também lamenta tudo o que se passa com a Escola Livre de Teatro.
– A ELT é uma referência nacional e internacional em pedagogia teatral em bases autônomas. A escola vem sofrendo sucateamento há um tempo. A Escola não é um negócio de ocasião, moeda de troca nos planos de governabilidade. Tem uma história de mais de 20 anos de contribuição com a cultura brasileira.


ESTAMOS JUNTAS NESSA LUTA!

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